
Pesquisadores da Universidade de Coimbra, em Portugal, desenvolveram um substituto do plástico a partir de nanocelulose combinada com um mineral fibroso, totalmente biodegradável e biocompatível. O material tem várias aplicações, abrindo portas à fabricação de plásticos mais sustentáveis.
O novo material foi desenvolvido ao longo dos últimos três anos, em parceria com o Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e a Universidade da Beira Interior (UBI), contando ainda com a colaboração da empresa espanhola TOLSA.
A nova solução ecológica, que, na prática, se traduz numa nova classe de filmes compósitos, foi produzida a partir de nanocelulose, obtida através de processos mecânicos, químicos e enzimáticos, combinada com um mineral fibroso, um recurso geológico que permite a redução de custos e a melhoria de propriedades mecânicas e de barreira muito importantes.
Embora o projeto tenha sido desenvolvido para atender as embalagens alimentares e eletrônica impressa , há muitas outras aplicações que podem se beneficiar desta solução, tais como a conservação e restauração de documentos importantes em suporte de papel que tenham problemas de degradação com o envelhecimento.
Destaca-se, que a utilização excessiva de plásticos e a ainda o baixo percentual de se fazer reciclagem apropriada, torna-se cada vez mais importante o desenvolvimento de inovações, que possam substituir o plástico, trazendo benefícios ao meio ambiente e a saúde do homem, mas para poder acelerar o processo de produção. Com isso, os pesquisadores estão aumentando a escala de produção, para otimizar cada vez mais os processos e poder explorar as propriedades deste novo material.
Outro exemplo de plástico mais sustentável, também desenvolvido pela Universidade de Coimbra, são as embalagens comestíveis obtidas a partir de resíduos de diferentes alimentos, nomeadamente de cascas de batata e de marmelo, fruta fora das características padronizadas e cascas de crustáceos.
Além de revestirem os alimentos, prolongando a sua vida útil na prateleira do supermercado, as embalagens também podem ser ingeridas. Elas foram pensadas essencialmente para revestir frutas, legumes e queijos, incorporando na sua matriz compostos bioativos/nutracêuticos, tais como antioxidantes e probióticos, com potenciais efeitos benéficos para a saúde.
Os pesquisadores explicam que essa nova embalagem criada permite, por exemplo, cozinhar brócolis e aspargos sem ser necessário retirar a embalagem, uma vez que a película que os envolve é composta por nutrientes naturais com benefícios para a saúde.