As mulheres no Brasil

Uma em cada quatro mulheres no país não tem acesso ao saneamento no Brasil

Imagem ilustrativa

Segundo a segunda edição do estudo desenvolvido pelo Instituto Trata Brasil, em parceria com a BRK Ambiental, intitulado de “O saneamento e a vida da mulher brasileira” (https://tratabrasil.org.br/pt/estudos/saneamento-e-a-vida-da-mulher-brasileira/itb/saneamento-e-a-vida-da-mulher-brasileira), uma em cada quatro no país, não têm acesso adequado à infraestrutura sanitária e o saneamento é variável determinante em saúde, educação, renda e bem-estar.

O estudo se baseou nas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada do IBGE (PNADC), da Pesquisa Nacional de Saúde do IBGE e do Sistema Único de Saúde (DATASUS), considerando os dados de 2016 (base para o primeiro estudo) e 2019 (dados mais recentes do PNADC e do DATASUS).

De acordo com o estudo, no ano de 2019, a população brasileira soma 209,5 milhões de pessoas conforme indicam as projeções da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continuada do IBGE (PNADC). Havia nesse ano 108,4 milhões de mulheres e 101,1 milhões de homens, o que representou respectivamente 51,8% e 48,2% da população brasileira.

O número de mulheres que residem em casas sem coleta de esgoto saltou de 26,9 milhões para 41,4 milhões entre 2016 e 2019, ou seja, uma taxa de crescimento de 15,5% ao ano do número de brasileiras afetadas pelo problema.

Nesse mesmo período, a população feminina prejudicada pela falta de água tratada passou de 15,2 milhões para 15,8 milhões e a ausência do serviço regular afetou 24,7 milhões. Já o índice de mulheres sem banheiro em casa cresceu 56,3% no acumulado do período, passando de 1,6 milhão para 2,5 milhões.

O estudo reforça que o acesso universal ao abastecimento de água e coleta e tratamento de esgoto pode tirar mais de 18 milhões de mulheres da condição de pobreza. Além disso, o levantamento dá visibilidade para questões a respeito do impacto na saúde e aponta que, segundo informações da base de dados do Sistema Único de Saúde (DATASUS), houve 273.224 internações em razão de doenças de veiculação hídrica nos hospitais da rede do SUS em 2019. Do total de pessoas internadas, 141.011 (51,6% do total) eram mulheres e 132.213 eram homens (48,4% do total).

Na verdade, a ausência de saneamento, afeta diretamente na qualidade de vida e no bem-estar das mulheres brasileiras, pois a falta de saneamento leva à ocorrência de doenças de veiculação hídrica e doenças respiratórias que, a depender da gravidade, ocasionaram o afastamento das mulheres de suas atividades rotineiras, o acamamento ou a internação. Em casos extremos, essas infecções associadas à falta de saneamento levaram à morte.

Além disso, a carência de saneamento afeta diretamente a vida das mulheres, alterando a forma como elas se organizam o seu tempo entre as atividades e limitando seu potencial de renda na economia.

Em sentido amplo, a carência de saneamento básico limita o bem-estar das mulheres, comprometendo sua saúde, sua educação e suas atividades domésticas e econômicas.

Fonte: https://tratabrasil.org.br/pt/estudos/saneamento-e-a-vida-da-mulher-brasileira/itb/saneamento-e-a-vida-da-mulher-brasileira