De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) as Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI) foram responsáveis pela morte de 135 mil pessoas no Brasil, no período de 2008 a 2019. Nesse período foram notificados 11,9 milhões de casos de DRSAI no Brasil.
Segundo o Atlas de Saneamento do IBGE (https://www.ibge.gov.br/apps/atlas_saneamento/#/home), a Doença de Chagas, a diarreia e a disenteria foram as principais causas de morte pelas DRSAIs e os maiores percentuais foram verificados nas regiões Centro-Oeste, com 42,9%, e Nordeste, com 27,1%. Além disso, outras doenças aparecem, mas com diferenças regionais: No Sudeste e Centro-Oeste, a dengue, zika e chikungunya foram a terceira causa de óbitos, enquanto na região Norte aparece mais a leishmaniose. No Nordeste, há mais casos de esquistossomose e no Sul, leptospirose.
O informativo do IBGE esclarece que a falta de investimento no saneamento básico é uma das principais causas de contaminação, o que leva à ocorrência de um maior número de casos das DRSAIs. Essa falta de investimento compromete a qualidade da água distribuída como também a eficiência da rede de distribuição, prejudicando assim o meio ambiente e a saúde pública.
A PNAD Contínua de 2017 revela que apenas três Estados brasileiros apresentam taxas superiores as 85% de domicílios de atendidos pelo serviço de coleta de esgoto, sendo esses o Rio de Janeiro, São Paulo e o Distrito Federal. Além disso, em 17 Estados (da região Norte e sete Estados da região Nordeste, as taxas de domicílios atendidos variam entre 9,9% e 54%, segundo estudo do IBGE, que também aponta que apenas 60,3% dos municípios brasileiros realizaram coleta de esgoto em 2017.
Em conclusão, segundo o IBGE, é possível verificar que nas regiões Norte e Nordeste há uma menor presença de centros urbanos com significativa centralidade na saúde, diante da hierarquização e fragmentação da rede. Já nas regiões Sul e Sudeste, há uma maior concentração, “mas que tem se mostrado insuficiente para dar conta dos impositivos de eficiência face aos anseios de saúde e as diferenças socioeconômicas da população brasileira”, finaliza o estudo do Instituto.
FONTE: https://saneamentobasico.com.br/esgoto/falta-saneamento-mata-pessoas-ibge/