Fenômeno está ligado às mudanças climáticas
As mudanças climáticas têm se intensificado e resultado em fenômenos com efeitos negativos para a economia e sociedade como um todo. Esse cenário tem gerado um novo fenômeno, a chamada inflação verde.
Com isso, em 2021, a discussão em torno da inflação verde ganhou força, exatamente porque, para alguns estudiosos, parte da inflação global observada no ano passado está ligada ao processo de transição energética dos países.
Na verdade, a inflação verde está ligada às medidas que têm sido tomadas por governos de modo a descarbonizar a economia e têm impactado com maior intensidade a área da energia; porém, como a descarbonização se intensifica cada vez mais, outros setores também devem ser atingidos.
Existem hoje três principais áreas na economia que devem ser impactadas pela inflação verde:
- A primeira está ligada à precificação ou taxação de produtos e empresas pelo carbono emitido em seus processos;
- A segunda é a área de minerais, tendendo ao choque de alta de preços de metais com uso intensivo para armazenamento e produção na cadeia de fontes renováveis, pois seus produtos finais geram uma grande demanda não proporcional à oferta e encarecendo a energia eólica e solar e carros elétricos;
- A terceira área afetada pela inflação verde é a da energia. É nela que esse fenômeno mais tem ocorrido e se mostrado ao público.
O Brasil, apesar ter grande presença de fontes renováveis na matriz elétrica – que é mais de 80% ante uma média de menos de 25% no resto do mundo – o que significa que o Brasil não precisa passar por uma transição energética e seus custos, mas apenas administrar e equilibrar as fontes em sua matriz – é inevitável que a inflação verde chegue aos consumidores de alguma forma, pois as consequências da inflação verde no país, estão associadas as taxas de produtos ligados a mercados importantes, como por exemplo o da Europa.
Segundo, os estudiosos na área, o combate à inflação verde deve passar pela conscientização da população sobre formas mais eficientes de usar a energia, ajudando a reduzir a demanda atual que está ligada ao fenômeno de alta de preços, bem como, estimular a regulamentação de um mercado global de créditos de carbono, como forma de incentivar a descarbonização de empresas.